ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO (AEE)

O desenvolvimento social de um aluno com Síndrome de Down em situação de inclusão

Posted on: 21/05/2010

Marcos é um aluno de 11 anos de idade, com Síndrome de Down, que frequenta o 4° ano do 1º Ciclo do Ensino Básico numa escola regular.

Aos três anos foi matriculado num Centro de Educação Infantil e não teve problemas de adaptação onde estudou até aos 6 anos.
No início do Ensino Fundamental, aos 7 anos, sua adaptação foi conturbada apresentando comportamentos inadequados. Foi para o 2º ano de escolaridade com muitas dificuldades em todos os parâmetros de avaliação.
Para fazer a inclusão de Marcos, a escola fez adequações no currículo, respeitando seu ritmo e estilo de aprendizagem.
É importante que o processo de ensino-aprendizagem seja ativo e participativo, partindo de suas capacidades e procurando diferentes alternativas.
Desse modo, deve-se planejar trabalhos cooperativos que estimulem o sua participação individual e coletiva.
Para realizar a adaptação curricular em relação ao aluno com Síndrome de Down, deve-se considerar as particularidades que afetam o seu modo de receber e processar a informação. As adaptações curriculares devem se fundamentar em:
1. A percepção.
2. A atenção
3. A memória
4. A lectoescrita
5. A psicomotricidade
6. O raciocínio lógico matemático
Além das adaptações curriculares é imprescindível uma relação saudável com os professores, que são solicitados frequentemente por Marcos, tendo que receber amiúde, reforços positivos. Devem ser exploradas todas as habilidades de Marcos para que ele possa ter oportunidades de desenvolvimento.
Desse modo, nota-se que o ambiente vivido por Marcos, deve ser harmonioso e propício para o seu enriquecimento, uma vez que está perfeitamente integrado na comunidade escolar.

Instrumentos de avaliação

Para realizar uma verdadeira avaliação dos progressos do aluno, assim como de seu nível inicial, nem sempre podemos utilizar os mesmos instrumentos com todas as crianças. Do mesmo modo que não podemos dar a uma criança cega um livro escrito, tampouco podemos avaliar uma criança com Síndrome de Down do mesmo modo que ao resto dos alunos. O uso do exame escrito se limitará àqueles alunos que realmente sabem ler, mas obviamente terá que adaptar-se ao nível de escrita do aluno: estudar-se-á se é melhor aplicar perguntas abertas ou tipo teste, por exemplo:
· Nas crianças menores, serão avaliadas as aprendizagens conseguidas mediante a manipulação, aplicação ou uso dos conteúdos trabalhados.
· Serão feitos exames orais, ou serão pedidos trabalhos ou atividades nas qual o aluno demonstre o que conhece.
· Os alunos com Síndrome de Down têm dificuldades na generalização das aprendizagens, de maneira que não os avaliaremos sempre do mesmo modo nem com os mesmos materiais, já que é possível que tenham aprendido em um determinado contexto, sem capacidade para generalizar para outras situações.
· Finalmente dizer que é fundamental a avaliação contínua, e não apenas determinar se um aluno sabe ou não sabe pelo que demonstre em um dado momento, tem que ser ao longo de todo o curso.
A escola onde Marcos estuda, reformulou sua proposta pedagógica ao nível do desempenho do aluno, da avaliação educacional e ao nível das áreas curriculares (cognição, linguagem, motricidade, autonomia e socialização nos anos seguintes.

FATORES QUE FACILITAM O APRENDIZADO

VISÃO:

– Coloque o aluno mais à frente

– Escreva com letras maiores
– Faça apresentações simples e claras

AUDIÇÃO:

– Coloque o aluno mais à frente
– Fale diretamente ao aluno
– Reforce o discurso com expressões faciais, sinais ou gestos
– Reforce o discurso com material de apoio visual – figuras, fotos, objetos
– Escreva novo vocabulário no quadro
– Quando outros alunos responderem, repita suas respostas alto
– Diga de outra forma ou repita palavras e frases que possam ter sido mal-entendida

SISTEMA MOTOR FINO E GROSSO:

– Oferecer exercícios extras, orientação e encorajamento – todos as habilidades motoras melhoram com a prática.
– Oferecer atividades para o fortalecimento do pulso e dedos, como por exemplo alinhavar, seguir tracinhos com o lápis, desenhar, separar, cortar, apertar, construir, etc.
– Usar um grande leque de atividades e materiais multi-sensoriais.

DE FALA E DE LINGUAGEM:

– Dar tempo para o processamento da linguagem e para responder.
– Escutar atentamente – seu ouvido irá se acostumar.
– Falar frente à frente e com os olhos nos olhos do aluno.- Usar linguagem simples e familiar, com frases curtas e enxutas.
– Reforçar a fala com expressões faciais, gestos e sinais.
– Ensinar a ler e usar palavras impressas para ajudar a fala e a pronúncia.
– Reforçar instruções faladas com instruções impressas, usar também imagens, diagramas, símbolos e material concreto.
– Encorajar o aluno a falar em voz alta na sala dando a ele estímulos visuais. Permitir que eles leiam a informação pode ser mais fácil para eles do que falar espontaneamente.
– O uso de um diário para casa e escola pode ajudar os alunos a contar suas “ novidades”.- Providenciar várias atividades e jogos de ouvir por pouco tempo e materiais visuais e táteis para reforçar a linguagem oral e fortalecer as habilidades auditivas

CONCENTRAÇÃO:

– Use os outros colegas para manter o aluno trabalhando.
– Na hora da rodinha, situe o aluno próximo ao professor (sem sentar no colo!).
– Providencie um quadrado de carpete para que a criança fique sentada no mesmo lugar.
– Trabalhar no computador às vezes ajuda a manter o interesse da criança por mais tempo.- Crie uma caixa de atividades. Isso é útil para as horas em que a criança terminou sua atividade antes de seus colegas, precisa mudar de tarefa ou precisa dar um tempo. Coloque uma série de atividades que o aluno gosta de fazer, incluindo livros, cartões, jogos de manipulação, etc. Isso encoraja a escolha dentro de uma situação estruturada. Deixar que outra criança participe é uma boa maneira de encorajar amizade e cooperação.

  • Obs:
    É importante que, todo material deve ser motivador e guia para o processo de ensino aprendizagem. Também deve:
  • Adaptar-se à idade dos alunos.
  • Ser seguro.
  • Ser resistente e duradouro.
  • Ser de fácil manejo.
  • Ser atrativo.

Para saber mais acesse:

[http://www.down21.org/salud/neurobiologia/bases_aprend.htm]
[http://www.down21.org/salud/neurobiologia/aprend_sd_memoria_1.htm]
[http://www.down21.org/educ_psc/educacion/lectura_esc_calc/introduccion.htm]
[http://www.down21.org/educ_psc/educacion/comunicacion/nociones.htm]

A professora utilizou diferente estratégias para seu desenvolvimento a boa capacidade de Marcos na inter-relação com a comunidade escolar, e empenhando-se em acompanhá lo. Para trabalhar com os aspectos negativos de seu desenvolvimento cognitivo, linguagem expressiva (oral e escrita) e ainda algumas dificuldades na motricidade fina, selecionou alguns jogos e brincadeiras integrando no planejamento de aula.

PRÁTICAS DE SALA DE AULA

ESTRATÉGIAS

Decida quando a criança deve trabalhar:
– Em atividades com toda a classe.
– Em grupo ou em pares na classe.
– Em grupo ou em pares numa área afastada.
– Individualmente independentemente ou individualmente com o professor.
Decida quando a criança deve ficar:
– Sem apoio.
– Com apoio dos colegas.
– Com apoio do professor assistente.
– Com apoio do professor da turma.

– Faça um Plano de Educação Individual para atingir determinadas áreas que necessitem atenção.
– Produza uma grade de horários visualmente atraente para que a criança entenda a estrutura do seu dia.

LEITURA
A leitura pode portanto ser usada para:
– Ajudar o entendimento.
– Ajudar a acessar o currículo.
– Melhorar as habilidades de fala e linguagem.

ESCRITA
Áreas de especial dificuldade:
– Colocar as palavras em sequência para formação da frase.- Colocar eventos-informação em sequência na ordem correta.

Jogos e brincadeiras
Temas: Atividades:

Atividades domésticas- Brincar de casinha, cuidados com a prole, brincar de família.

Acontecimentos sociais
domésticos ou micro-sociais-
Casamentos, batizados, aniversários, velórios, enterros, etc.

Acontecimentos sociais não
domésticos ou macro-sociais- Missas, passeatas, festa junina, rodeios, etc.

Papéis sociais- Profissões, médico, professora, etc.

Aventura- Brincadeiras de heróis, tesouro, monstros, guerra, polícia e ladrão, etc

Transportes – Dirigir carros, avião, ônibus, trem, etc.

Esportes- Jogos como futebol, camping e pescaria.

Edificações- Construção de casas, castelos, bolos, estradas.

Manipulação de objeto/

brinquedo com indícios de faz-de-conta- Quando a criança manipula o objeto ou brinquedos temáticos, utilizando as suas funções padronizadas socialmente, não se percebendo um tema explícito que indique a imersão dela em um episódio de faz-de-conta.

Representações apoiadas

em imagens e letras- Inclui episódios de leitura simulada (revistas em quadrinhos e livros infantis) que têm imagens e letras, conversa com a imagem no espelho (quando não conseguimos deduzir qual papel está sendo representado pela imagem no espelho, apesar de notarmos pelo gestos e expressões faciais da criança-participante uma interação com a mesma) e conversa com gravuras e fotos das revistas (apenas imagens de objetos, animais, pessoas, etc.).
Fonte: inclusaoetecnologiasassistivas.blogspot.com/

24 Respostas to "O desenvolvimento social de um aluno com Síndrome de Down em situação de inclusão"

Adorei e acho muito interessante,nós educadores está lendo esses tipos de assunto!Ajuda mais ainda em nossa aprendizagem.
Parabéns!!!

Amei o site , e a reportagem , tb trabalho no AEE, e assuntos e experiências novas ajuda realmente ao crecimente do nosso trabalho, continue assim !!!!!

Olá,
obrigada pela visita e comentários no blog!
abç,
Angélica

Adorei o comentário
Quando temos alunos inclusos é interessante estarmos atentos nas coisas que nos ajudam para tentarmos acertar na educação e de fato na inclusão. Seu comentário me ajudou muito.

Olá,
obrigada pela visita e comentário no blog!
abç,
Angélica

maravilhoso..muito bom esse tipo de informação,pois a inclusão é um tema que deve ser sempre comentado,para mudar os paradigmas da sociedade, muitos pais ainda encontram muitas dificuldades para que seus filhos sejam aceitos e trabalhados de forma adequada nas escolas.
você esta de parabéns!!

Olá,
obrigada pela visita e comentário no blog!

abç,
Angélica

GOSTEI MUITO DESSE ARTIGO! ME DEU UM GRANDE SUPORTE PARA A CONSTRUÇÃO DE UM TRABALHO.

Olá Lícia,
obrigada pela visita e comentário no blog!

abç,
ANGÉLICA

ESTOU AMANDO AS SUAS SUGESTÕES. ESDTÃO ME AJUDANDO MUITO JÁ QUE SOU PROFESSORA DE APOIO PEDAGOGICO DE UM ALUNO COM DOWN. OBRIGADA E CONTINUE SUGERINDO ISSO NOS AJUDA MUITO.
PARABENS…
ABRAÇOS…..

Olá Cleusa,

obrigada pela visita e comentário no blog!

abç,
ANGÉLICA

Bom dia, Adorei a matéria, PARABÉNS pelo conteúde…
queria aproveitar par perguntar se era possivel falei em nosso projeto DownBrasil e Você que um Projeto da DownBrasil, uma associação sem fins lucrativos que visamos ajudar pessoas e seus familiares com informações sobre a Síndrome de Down… se desejar mais informações estarei ao seu dispor…. Fernando Baptista

Olá Fernando,

obrigada pela visita e comentário no blog!
Não entendi sua pergunta.
abç,
ANGÉLICA

É difícil incluir um aluno com sindrome de dawn, mais estou tentando fazer isso através da música, jogos, atividades de recortes, colagem, pintura mais não obtive muito sucesso,pois ele só faz algo quando coloco no meu colo e o seguro , ele é muito inquieto.Vc tem alguma sugestão de como atender esse aluno no AEE, ele tem seis anos, fala poucas palavras, é muito carinhoso.

Olá Eunice,

obrigada pela visita e comentário no blog!
Sugiro que continue propondo estas atividades para o aluno, mas que vá colocando ele para interagir mais com as crianças e não ficar tão dependente de você. Pessoas com Síndrome de Down costumam ser bem afetivas mesmo, mas é importante impor limites para que isso não se torne algo excessivo.

abç,
ANGÉLICA

bom minha filha tem sindrome down ela ta com 7 anos de idade tenho uma grande dificudade com ela porque ela esta fazendo 1 ano 1ciclo pois fui na reuniao dela e guanhou tudo c nas materias e a em eduçao fisica fiquei muito chateada pois acho que minha filha tem capacidade de aprende deste que estimulada a professora dela diz que não é pra me preocupar com ela em questoes de escrita e a ler pois ela vai aprender no tempo dela pois tenho pressa quero que ela aprenda .gostaria que me ajuda-se ?espero resposta

Olá Lilian,
obrigada pela visita e comentário no blog!
Você precisa baixar sua ansiedade e respeitar o ritmo de aprendizagem da sua filha, pois cada um de nós tem o seu.
Procure estimulá-la em casa e acompanhe a proposta da escola, o que lhe é proposto, como é avaliada etc.
Sugiro que leia os materiais sobre SD publicados aqui no blog!

abç,
ANGÉLICA

Oi Angélica! Sou apoio de um menino de 4 anos com SD e preciso de sua ajuda para trabalhar com esse garoto. Gostaria de receber algumas sugestões e a tabela de avaliação. A escola não tem sala de recursos e eu não sei o que fazer. Por favor me ajude! Maisa

Olá Maisa,

obrigada pela visita e comentário no blog. Aqui mesmo você pode encontrar materiais para lhe auxiliar em seu trabalho com este e com outros alunos com NEE.
Caso lhe interesse, sou tutora de um curso à distância, que você pode consultar entrando neste link: http://www.psicopedagogavaleria.com.br/site/index.php?page=shop.product_details&flypage=flypage.tpl&product_id=50&category_id=4&option=com_virtuemart&Itemid=5

abç,
Angélica

Gostei muito da matéria publicada. Estava procurando modelo de relatórios e deparei com a sua reportagem. Peço sugestões pois sou professora de apoio de um aluno com síndrome de down com 4 anos e não tenho experiências.

Olá Nilce.

Obrigada pela visita e comentário no blog. As sugestões que tenho são as que estão postadas na página.

abç.
Angélica

gostei da publicação pois no ano de 2019 vou trabalhar com uma aluna no 6º ano com síndrome de down

Oi, eu sou professora de AEE, tenho um aluno com síndrome de down , ele tem 7 anos e está no segundo ano.Eu faço atividades lúdicas para ele,mas tudo ele coloca na boca e amassa todas as atividades.Bate em todos coleguinhas da classe.É muito difícil aplicar as atividades para ele.

Olá Elaine, então a meta com ele tem que ser outra, não aplicar a atividade em si, mas ajudá-lo nas questões relacionadas ao cotidiano da escola. E sozinha você terá muitas dificuldades, precisa do apoio da família, da gestão da escola e de outros professores.

abç.

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Incluir não significa apenas colocar no próprio ninho o estranho que vem de fora, sequestrando-o de sua vida plena; ao contrário,requer um sair de si e ir seu encontro,ofertando-lhe aquilo de que, efetivamente necessita.Incluir significa ouvir e responder áquilo que um outro pede pela sua própria voz. (Tunes;Bartholo)

SER DIFERENTE É NORMAL!

síndrome de down

VIVA A DIVERSIDADE!

Imagem retirada de: http://trocandoideiassobreportadoresdedm.blogspot.com/2007_04_01_archive.html

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